Assinatura de ordem de serviço não garante ação e obras na Paraíba ficam apenas no papel

A autorização para o início de uma obra pública tem um significado espacial para a maioria da população. No geral, as pessoas esperam, que enfim, o tão sonhado benefício comece a se transformar em realidade. Entretanto, na Paraíba essa regra parece fugir à exceção.

Moradores da região de Belém, no brejo paraibano, por exemplo, reclamam que no mês de abril, mas precisamente no dia 16, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, participou de várias solenidades. Na ocasião, o chefe do executivo estadual autorizou a urbanização do acesso de Rua Nova/Giradouro, em Belém; a construção da Adutora entre Pirpirituba e Belém e o rejuvenescimento da rodovia PB-089, no trecho do entroncamento da PB-073, em Caiçara/Logradouro.

Deputado Vital Costa (PP-PB)

De acordo com populares da região, passados quase dois meses dos anúncios, os canteiros sequer foram instalados. As máquinas também não são encontradas em nenhum dos trechos das citadas obras.

Outro equipamento de grande importância para a região, a adutora de Jandaia, que beneficiaria Cacimba de Dentro, Tacima e Riachão, anunciada em maio deste ano, ainda não foi iniciada. “A situação é precária, uma vez que temos apenas dois dias de água por semana. Isso é um desrespeito com a população que espera há muito tempo por esta obra”, afirmou o deputado estadual Vital Costa (PP).

No sertão, a restauração da PB-325 e a pavimentação da PB-313, respectivamente, em São Bento e em Pombal, tiveram suas ordens de serviço assinadas pelo governador nos dias 25 e 26 de abril deste ano. No entanto, até a publicação desta matéria nenhum funcionário foi visto trabalhando nos locais.

Deputado estadual Vituriano de Abreu (PSC)

De acordo com o deputado estadual Vituriano de Abreu (PSC), não há informações de que a restauração da PB-325 e a pavimentação das PB-313 (São Bento-Pombal) estejam em andamento. O mesmo vale para a PB-246 (Desterro-Cacimbas). Ele afirmou ainda que outra obra que não se tem notícias de que esteja sendo realizada é a construção da Casa da Cidadania em Itaporanga.

“O governo vai anunciar o início das obras e traz consigo algumas máquinas. Na hora eles começam a fazer, levantam a poeira, mas dois ou três dias depois as máquinas somem. São mais de 100 obras sem dar sequência. Tem placa. Inclusive, tem em obra que a placa é mais cara do que o beneficio. Eu vi uma escola que foram feitas algumas pinturas e tem uma placa muito bonita, mas a obra não deve ter custado nem o valor da placa. O governo tem muita obra, mas só no papel e na propaganda”, enfatizou.

 Algumas obras foram iniciadas, mas encontram-se paralisadas

Em Araruna, informações também dão conta de que as obras de rejuvenescimento das rodovias PB-111 e PB-105 começaram apenas com trabalhos básicos, com pintura horizontal, por exemplo. O trecho que conta com extensão de 60 quilômetros, foi autorizado em setembro de 2013. A recuperação beneficiaria os habitantes dos municípios de Tacima, Araruna, Cacimba de Dentro, Solânea e Bananeiras.

As obras de esgotamento sanitário nas cidades de Serra Banca, Cabaceiras, Coxixola, São José dos Cordeiros, Santo André e Caraúbas, assinadas em março de 2013, até que foram iniciadas. Mas, de acordo com o deputado estadual Carlos Batinga (PSC), todas estão paralisadas. A previsão é de que essas obras fossem finalizadas em abril de 2014.

                 Líder do governo explica problemas no andamento das obras

Deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB), Líder do governo na Assembleia Legislativa (PB)

Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB) admitiu a paralisação em algumas obras e culpou as empresas responsáveis pela realização das mesmas. “Às vezes isso pode acontecer. Uma dessas PB (rodovia), por exemplo, o dono da empresa faleceu e viúva e os filhos não tiveram como dar andamento. Eles fizeram uma parte e agora tem que entrar em acordo para que outra empresa conclua a obra. Em alguns casos, quando não se chega a um consenso, aí tem que ir para a justiça para negociar”, explicou.

Hervázio acrescentou que, em alguns casos, as empresas entram no processo de licitação, ganham, mas depois abandonam as obras. Porém, segundo ele, as obras já realizadas pelo governo são superiores as que estão sem andamento. “Se formos levar em consideração o que o governo tem feito em obras, as obras já construídas são muito mais do que as que estão sem andamento. O governador já fez muito”, falou.

Placa anunciando a reconstrução da PB-325, afixada no Trevo que dar acesso a Catoé do Rocha - Foto: Catolé News

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