Toxina de escorpião da Amazônia mostra potencial para tratar câncer de mama, revela estudo da USP

 


Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP (FCFRP-USP) revelou que o veneno de uma espécie de escorpião amazônico pode se tornar uma poderosa arma contra o câncer de mama, um dos tipos de câncer mais letais entre mulheres em todo o mundo.

A pesquisa identificou uma molécula presente na toxina do Brotheas amazonicus, escorpião comum da região amazônica, com capacidade de destruir células tumorais. De acordo com os pesquisadores, os testes em laboratório mostraram que a substância teve um desempenho comparável ao de quimioterápicos amplamente utilizados no tratamento da doença.

O estudo está sendo desenvolvido em parceria com cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e foi apresentado durante a FAPESP Week, um dos principais eventos de divulgação científica do país.

Segundo os autores, a molécula isolada do veneno atua de forma seletiva sobre as células cancerígenas, reduzindo o crescimento tumoral sem causar danos severos às células saudáveis, como ocorre em muitos tratamentos convencionais. Essa seletividade é vista como um avanço promissor rumo a terapias menos agressivas e mais eficazes.

Ainda em fase preliminar, o estudo traz novas perspectivas para a criação de medicamentos anticâncer baseados em compostos naturais. Pesquisas com toxinas de animais peçonhentos vêm ganhando destaque na ciência biomédica, devido ao alto poder biológico dessas substâncias.

A próxima etapa será aprofundar os testes em modelos mais complexos, como culturas 3D de células e, futuramente, estudos pré-clínicos. A expectativa é que, com mais análises, seja possível transformar a toxina em um composto terapêutico seguro e eficiente.

O câncer de mama é atualmente uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres no Brasil e no mundo. Somente em 2024, segundo o INCA, mais de 74 mil novos casos foram estimados no país. Avanços como esse podem representar esperança para milhões de pacientes.

O uso de componentes do veneno de escorpiões para fins medicinais não é novidade, mas essa descoberta traz à tona uma nova possibilidade terapêutica com forte potencial de aplicação clínica no futuro.

Fonte: UOL / Vivabem – Leia a reportagem completa aqui

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