Operação Outside revela fraudes em licitação, superfaturamento e desvio de verbas federais nas Alças Sudeste e Sudoeste de Patos
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, na terça-feira (24), a quarta denúncia da Operação Outside, que investiga fraudes em contratos públicos e desvio de verbas federais na restauração das avenidas Alça Sudeste e Alça Sudoeste, em Patos, Sertão da Paraíba.
A apuração é conduzida em conjunto pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e o próprio MPF. O foco é um contrato com recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional, envolvendo cerca de R$ 5 milhões, firmado entre a Prefeitura de Patos e a Construtora Cesarino Construções (Engelplan).
Esquema de corrupção e superfaturamento
Segundo o MPF, o caso envolve um "complexo esquema de desvio de recursos públicos e crimes tributários". A denúncia aponta três modalidades de superfaturamento e um crime fiscal:
- Reajuste fraudulento de R$ 796 mil em apenas quatro meses, com uso do chamado "jogo de planilhas".
- Aumento indevido de R$ 153 mil nos preços de insumos asfálticos, com dados inflacionados rejeitados pela CGU.
- Redução da qualidade da obra, com uso de materiais e técnicas abaixo do exigido no contrato.
A investigação mostra que o engenheiro da obra atuava simultaneamente para a construtora e para a prefeitura, o que contribuiu para a rápida aprovação das alterações contratuais.
Crime tributário e ocultação de receitas
A construtora declarou gastos de apenas R$ 723 mil, omitindo notas fiscais e inflando os lucros. O MPF considera isso um crime tributário, que se soma ao prejuízo estimado de R$ 949 mil, valor que ainda pode ser revisado.
Denunciados e crimes investigados
Entre os denunciados estão sócios da construtora, engenheiros e um secretário municipal. Eles podem responder por:
- Desvio de recursos públicos (peculato)
- Fraude em licitação
- Crimes fiscais e tributários
- Lavagem de dinheiro
A pena para esses crimes pode chegar a oito anos de reclusão por cada infração cometida.
Sobre a Operação Outside
A Operação Outside foi deflagrada com base em ações cautelares penais aprovadas pela Justiça Federal, que confirmaram indícios de frustração de concorrência, pagamentos irregulares, lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública.
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