Presidente da Assembleia afirma que partido quer continuar aliado, mas alerta: se o Republicanos não for incluído na chapa majoritária de 2026, estará sendo convidado a sair.
João Pessoa - PB, 3 de junho de 2025 — A temperatura subiu nos bastidores da política paraibana. Durante entrevista nesta terça-feira (3), o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), afirmou que a permanência do partido na base de João Azevêdo (PSB) dependerá da forma como será montada a chapa majoritária para as eleições de 2026.
“A intenção do Republicanos é ficar na base do governo. Mas se a base começar a preencher a chapa e não contemplar o Republicanos, estará dizendo: ‘Republicanos, pode ir embora’. É a base que vai indicar a porta de saída”, declarou Galdino.
O recado foi direto, e, mesmo que não configure uma ruptura, deixa claro que há desconforto crescente dentro do Republicanos sobre o espaço que a legenda ocupa nas articulações do governo para a sucessão estadual.
Um partido que garantiu a vitória de João em 2022
A insatisfação é reforçada pelo histórico recente: o Republicanos foi decisivo para a reeleição de João Azevêdo em 2022. O governador perdeu nos principais colégios eleitorais do estado — João Pessoa e Campina Grande — mas venceu graças ao desempenho expressivo no Sertão e interior, regiões onde o partido tem forte presença, com nomes como Hugo Motta, Nabor Wanderley e o próprio Galdino.
O partido, além de comandar a presidência da Assembleia Legislativa, possui forte base eleitoral e presença em diversas prefeituras. Por isso, o pedido por reconhecimento político proporcional ao tamanho da sigla não soa apenas como pressão, mas como um alerta estratégico.
Saída parcial da base é possibilidade real
Mesmo reafirmando que o desejo do partido é seguir com João Azevêdo, Galdino deixou a porta aberta para uma saída parcial. Nos bastidores, a avaliação é que o Republicanos pode:
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Apoiar João Azevêdo em uma candidatura ao Senado em 2026, como forma de manter a coerência com a atual aliança;
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Mas não apoiar o candidato ao governo que for indicado por João, caso o Republicanos não esteja representado na chapa.
A movimentação seria uma forma de preservar a aliança em parte, sem ficar completamente subordinado às decisões do núcleo político do PSB.
“A chapa vai dizer se o Republicanos fica no governo ou não”, reforçou Galdino. “É a base quem vai mostrar se precisa da gente ou se já decidiu nos excluir.”
Impactos políticos
Se o Republicanos optar por um afastamento da disputa ao governo, a base de João Azevêdo pode perder força no interior, onde o partido ainda domina com folga. A consequência imediata seria a dificuldade do grupo governista em viabilizar um nome competitivo em 2026.
Além disso, o Republicanos poderia:
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Lançar uma candidatura própria ao Governo do Estado;
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Apoiar um nome de fora da base;
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Reconfigurar alianças com outras legendas regionais, inclusive da oposição.
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